Antonio Manuel nasceu na cidade de Avelãs de Caminho, em Portugal, em 1947. Escultor, pintor, gravador e desenhista, chegou ao Brasil em 1953, no Rio de Janeiro, onde mora atualmente. Estudou na Escolinha de Arte do Brasil (EAB), frequentou o ateliê de Ivan Serpa e foi ouvinte da Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Na década de 1960, sua trajetória foi marcada pela atuação política e performática. Usou como
suporte para seus primeiros trabalhos o jornal e sua matriz para a impressão, o flã. Fez interferências nas páginas e distribuiu os jornais em bancas com notícias inventadas como se fossem autênticos. A partir de 1965, participou de salões de arte e bienais. Em 1968, integrou a exposição Apocalipopótese, na qual apresentou Urnas quentes, que consistiam em caixas de madeira lacradas para serem arrebentadas em
público, com textos e imagens de violência recortados de jornais, numa época de repressão política e censura dos meios de comunicação. Em 1970, o artista apresentou a proposta de usar o próprio corpo no Salão de Arte Moderna, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), mas ela foi recusada. Como forma de questionar os critérios de seleção, fez a obra O corpo é a obra, entrando no museu nu na noite da abertura da exposição. Entre seus filmes de curta-metragem, estão Loucura & Cultura (1973), Semi-ótica (1975) e Arte hoje (1976). Dos anos 1980 em diante sua marca foi a pintura de matriz construtiva. Optou pela abstração geométrica e começou a pintar em tela com texturas. Em 1994, fez a primeira versão da instalação Fantasma, com carvões suspensos por fios de náilon e uma foto da violência no Rio, com o desafio de levar o público à reflexão sobre o contexto social e político do país. Em 2017, fez uma exposição individual na Cassia Bomeny Galeria, no Rio de Janeiro, celebrando seus 50 anos de carreira.