Dora Longo Bahia nasceu em 1961, em São Paulo, onde vive e trabalha. Graduou-se em Arte e Educação pela FAAP, em 1987, concluiu o mestrado em 2001 e tornou-se doutora em Poéticas Visuais pela ECA-USP, em 2010. O trabalho de Longo Bahia expande-se por múltiplos caminhos, do vídeo à gravura, da fotografia à instalação. Entre suas escolhas, a pintura ocupa um lugar especial na construção de imagens e temáticas como a violência brasileira e mundial, o rock e a contemplação da natureza. O próprio suporte de suas operações pictóricas são muitas vezes parte do jogo de tensionamento entre
a pintura e a fotografia. Papelões e madeiras precárias geram “pinturas pobres”, enquanto sua relação obsessiva com o vermelho vaza de forma subterrânea na série Escalpo. Na definição da própria artista, os Escalpos são “pinturas sem carne”, em que a película de tinta é arrancada de seu suporte original e transposto para outros suportes. Em Escalpo 5063, obra apresentada na 28ª Bienal de São Paulo, a artista cobre uma superfície de 5.063 m2 com uma camada de aparência decorativa, que reserva, embaixo da imagem, o vermelho-sangue irrompendo a partir dos rasgos da pele da pintura. O ato violento que dá nome à obra torna-se condição de funcionamento do trabalho a partir da perda dessa pele por consequência do trânsito das pessoas sobre o chão.
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