Paz Errázuriz nasceu 1944, em Santiago, Chile, onde vive e trabalha. Sua casa foi invadida pelos militares, em 1973, durante a ditadura chilena. Paz Errázuriz era professora primária quando Augusto Pinochet tomou o poder. Aprendeu a fotografar sozinha e na rua, documentando comunidades marginalizadas ou que representavam tabus – profissionais do sexo transexuais, casais apaixonados de um hospital psiquiátrico, idosos sem medo de se despirem, sobreviventes de um grupo indígena exterminado e cegos. O poeta Armando Uribe afirma que a busca pelo ser humano no Chile estará sempre ligada ao desespero e à precariedade, por se tratar de um país isolado do mundo, mas Paz não evitou trocar olhares – através da câmera – com o proibido e doloroso. Queria incentivar as pessoas a se atreverem a enxergar, mas quando lançou o livro La Manzana de Adán, com sua mais célebre série, nos anos 1980, só vendeu um exemplar. A sociedade não queria ver. Em 2015, Paz representou o Chile na Bienal de Arte de Veneza com as mesmas imagens. Sucesso total. Vive e trabalha, ainda hoje, na mesma casa.
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